Poesias de amor - Haikai

Este mês continuamos o estudo de poesias de amor. Estamos dando sequência à postagem anterior. Dissemos no último encontro que para quem é escritor, poeta, a poesia é sentimento, emoção, é a subjetividade, o eu que se apresenta de maneira implícita ou não, por meio de figuras de linguagens como a metáfora. E o que vem a ser a poesia de amor?
Como explicar o amor? Somente sabe quem o sente?

Deixo o assunto para comentários que podem ser postados no final deste post.


Na sequência dos assuntos iremos estudar o Haikai.


O Haicai, também chamado de “Haiku” ou “Haikai”, é um poema curto de origem japonesa. A palavra haicai é formada por dois termos “hai” (brincadeira, gracejo) e “kai” (harmonia, realização), ou seja, representa um poema humorístico. Essa forma poética foi criada no século XVI e acabou se popularizando pelo mundo. Apesar de serem poemas concisos e objetivos, os haicais são poemas que possuem grande carga poética. Os escritores que escrevem os haicais são chamados de haicaístas.

O tradicional haicai japonês possui uma estrutura específica, ou seja, uma forma fixa composta de três versos (terceto) formados por 17 sílabas poéticas, ou seja:

Primeiro verso: apresenta 5 sílabas poéticas (pentassílabo)
Segundo verso: apresenta 7 sílabas poéticas (heptassílabo)
Terceiro verso: apresenta 5 sílabas poéticas (pentassílabo)

Embora essa seja sua estrutura tradicional, o haicai foi se modificando com o tempo, sendo que alguns escritores não seguem esse padrão de sílabas, ou seja, possui uma silabação livre geralmente com dois versos mais curtos e um mais longo.

Além disso, os haicais são poemas objetivos com uma linguagem simples e podem ou não apresentarem um esquema de rimas e títulos. Os temas mais explorados nos haicais são referentes ao cotidiano e à natureza.

A seguir, apresento um modelo de Haikai:

Matsuo Bashô

Cansei da viagem
hoje faz quantos dias?
Vento de outono.


Quero ainda ver
nas flores no amanhecer
a face de um deus.


Haikais de amor

entre as folhas
de um livro-de-reza
um amor-perfeito cai
(Guimarães Rosa)

No livro A Voz do Escritor de A.Alvarez, pg 46, podemos ler que: "a diferença entre versos formais e versos livres pode ser equiparada à diferença entre entalhar e modelar; o poeta formal, na verdade, pensa o poema que está escrevendo como algo já latente na linguagem que ele tem de revelar, enquanto o poeta de versos livres pensa na linguagem como um meio passivo e flexível sobre o qual ele impõe sua concepção artística".

Fica a deixa para aqueles que queiram participar conosco escrevendo um Haikai do amor.  Leiam e comentem os escritos dos autores cujos escritos estão sendo divulgados em "Postagens Amigos Letras no Jardim". Vejam seus poemas publicados conosco. Abraços e até a próxima!

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