Ensaio pessoal

Continuando nosso estudo sobre o ensaio, pode-se dizer que:
Ensaio é uma obra de reflexão que versa sobre determinado tema, sem que o autor pretenda esgotá-lo, exposta de maneira pessoal ou mesmo subjetiva. Ao contrário do estudo, o ensaio não é investigativo, podendo ser impressionista ou opinativo.

Segundo Massaud Moisés, "o ensaio subordina-se a uma disposição lógica, numa ordenação que pressupõe começo, meio e fim. Tratando de expor e/ ou indagar, o ensaio organiza-se como um diálogo, entre o ensaísta e o leitor ( ou o próprio "eu"), porém um diálogo em que as idéias se enfileiram numa sequência, a do silogismo. O ensaio dissimula somente  até certo ponto que alguém procura persuadir-se e persuadir o leitor". (MOISES, Massaud. A Criação Literária, Prosa. Cultrix: São Paulo, 1997)

Relembrando os passos para escrever um ensaio:
- Selecionar um aspecto relevante
-Você precisa selecionar um aspecto específico, que seria bastante fácil de descrever de uma maneira compreensível.
- Faça uma introdução clara e coerente, que será localizada no parágrafo inicial.
- Escreva o texto na primeira pessoa (Eu)
- O texto é um pensamento e opinião crítica
-Escreva os parágrafos do corpo. Lembre-se de que todo parágrafo do corpo deve corresponder à sua sentença. O objetivo desses parágrafos é provar que suas ideias têm o devido sentido e que você está certo sobre isso ou sobre outro assunto (prós e contras).
- Dê alguns detalhes interessantes.
-Faça uma conclusão coerente e lógica. É aqui que você vai resumir tudo o que escreveu no ensaio

O Ensaio Curto
Chamamos ensaio curto a um texto que exponha ou discuta idéias sobre um determinado tema e que tenha um tamanho variável entre quatro e dez parágrafos. Uma pequena descrição ou uma narração não são, portanto, ensaios curtos, assim como uma dissertação de cinco páginas também não o é. Não é apenas o tamanho, porém, que caracteriza o ensaio curto. Ao contrário do ensaio documentado, que parte de uma pesquisa bibliográfica, o ensaio curto lida apenas com aqueles dados que você, usando simplesmente a memória, pode mobilizar no momento.

Estrutura do Ensaio Curto
Dividimos o ensaio curto em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. A introdução estabelece o objetivo e a idéia central do ensaio, além de indicar como esta idéia central será desenvolvida. Ocupa o primeiro parágrafo do texto. O desenvolvimento explana a idéia central enunciada na introdução. Fazem parte do desenvolvimento os parágrafos restantes, exceto o último. Este é ocupado pela conclusão, que retoma a idéia central expressa na introdução e resume a explanação feita sobre ela no desenvolvimento. Você certamente percebeu que a introdução, o desenvolvimento e a conclusão do ensaio curto têm a mesma função do tópico frasal, do desenvolvimento e da conclusão do parágrafo, respectivamente. Isto ficará mais claro se você lembrar que o parágrafo foi definido como uma “unidade de composição”. Podemos levar mais adiante a analogia, comparando cada um dos parágrafos do desenvolvimento do ensaio curto com as frases de explanação do parágrafo. Quanto à conclusão, opcional no parágrafo, é obrigatória no ensaio, devido à maior distância que há entre o enunciado da idéia central (feito na introdução) e o fim de sua última explanação. Observe o que segue: 

Um exemplo:

Introdução 
A ORIGEM DA LUA 
A Lua é o corpo celeste mais próximo da Terra e talvez, por isso, o que mais tem suscitado teorias a respeito da sua origem. Os cientistas já sugeriram três mecanismos diferentes para explicá-la: formação independente próxima à Terra, formação por fissura da Terra e a captação pelo campo gravitacional terrestre, após sua formação em outro lugar. A mais aceita tem sido a terceira; já as outras duas apresentam alguns pontos fracos. A primeira frase da introdução apresenta o problema: a interrogação a respeito da origem da Lua. A segunda frase indica ao leitor que o desenvolvimento vai tratar das três teorias na ordem em que elas estão dispostas. A terceira encerra a introdução, dizendo ao leitor que ele ficará sabendo dos pontos fracos de duas das teorias. 

Desenvolvimento
Na teoria da formação independente, supõe-se que a Lua tenha-se originado da agregação de pequenas massas da nuvem de gás interestelar que deu origem ao Sol, à Terra e a outros planetas. A maior dificuldade nesta hipótese encontra-se na diferença de densidade média entre a Terra e a Lua. Esta diferença, que geralmente é atribuída a uma diferença na composição, torna difícil explicar por que objetos acumulados na mesma parte da nuvem teriam proporções diferentes de ferro e de silicatos metálicos.
Em 1898, G. H, Darwin, o astrônomo filho de Sir Charles Darwin, concluiu que a Terra e a Lua podem ter formado originariamente um corpo que girava em alta velocidade. Esta rotação poderia ter levado a uma fissura, que deu origem a um corpo grande e a um ou a mais corpos menores, formando eventualmente a Lua. No entanto, cálculos matemáticos levaram os astrônomos a abandonar essa teoria. A terceira hipótese diz que os primeiros grandes corpos sólidos formados no sistema solar tiveram aproximadamente o tamanho da Lua. Estes corpos colidiram e se uniram, formando os planetas, ou destroçaram-se, formando os asteróides. A Lua é considerada um dos corpos que escapou à destruição. Mais tarde foi gravitacionalmente capturada pela Terra. Cada um dos parágrafos do desenvolvimento explana uma das teorias e, no caso das duas primeiras, seus pontos fracos.
Conclusão
Dos três diferentes mecanismos sugeridos para explicar a origem da Lua, o menos aceitável é o da fissura da Terra. Parece certo que a Terra e a Lua foram formadas do mesmo modo, mas que sempre foram corpos separados. A conclusão refere a existência das três teorias e resume o resultado da investigação sobre elas. 

Convidamos a escrever um ensaio curto. Envie seu texto para nós, para ser avaliado e publicado em nosso blog, para:
letrasnojardim@gmail.com


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